Honestamente, espero (e
aqui quero deixar claro que realmente espero, torço, peço, faço mandinga e até
pulo ondas pra Iemanjá) pra que a vida sentimental das outras pessoas não seja
tão comedia quanto a minha, ou drama... Ou terror. Bom, daqui pro final do
texto acho que vocês vão ter uma opinião formada, pelo menos é o que eu espero.
Começando do começo, e sim
me deixem ser clichê em alguns vários pontos aqui, é necessária uma certa
introdução dos personagens da trama:
Eu, 28 anos, corpinho de
18, humor de 75, coluna de 120. Mas to bem! Sou até um cara bonito, não muito
nos padrões, mas dou um bom caldo se tiver com paciência de me arrumar e a
guria merecer. PS: Nível de dramaticidade da vida amorosa, numa escala de 0 a
9: 8 e subindo!
Guria “A”, provavelmente a
menos citada no texto, mas de importância fundamental na história. Conheci “A”,
em um dos tantos eventos nerds da cidade que eu estava indo na época. (Sim, eu
sou nerd! Não Geek, nerd mesmo, não Nerd Old School... ahh, vocês entenderam).
“A” por si só, já era uma
guria que chamava atenção, uma mulher, nerd e bonita, num ambiente com alta
concentração de cuecas, chama a atenção de qualquer um. Verdade que quando a
conheci, ela ainda estava no casulo, um patinho feio prestes a evoluir, e
evoluiu muito bem!
Guria “B”, a responsável
pela história traumática.
“B” fazia parte do mesmo
grupo que eu frequentava na época, tínhamos alguns amigos em comum no grupo
(pra não dizer praticamente todos), não era uma guria espetacular, mas uma
guria de gênio forte, determinada e isso chama minha atenção, isso e gurias com
atitude.
Pontos importantes sobre
“B” para a melhor compreensão da história:
1-
Ela
tinha acabado recentemente um relacionamento, com um dos membros do grupo;
2-
Ela,
em tempos remotos, já tinha namorado um dos caras do grupo;
3-
Não,
não to nem ai se a guria já saiu com muitos caras ou já teve muitos
relacionamentos, e se você tem amigo (a), você tem probleminha.
Mas, voltando ao que
realmente interessa (sim, tudo isso é uma pegadinha! se você leu até aqui, é por
que tem uma paciência de Jó.)
Por motivos que não
necessariamente são relevantes, comecei a ficar com “B”, solteiro, desimpedido;
ela também, por que não? Se valer ressaltar, ela até deixou de ficar com outro
cara, pra ficar comigo o que resultou na fúria eterna e desmedida do deixado,
mas isso é assunto pra um possível outro texto. (vai depender da recepção
desse!).
Tudo ia muito bem, ficar
com “B” era divertido, prazeroso, ela sabia ser alguém agradável. Mas sempre
deixei claro que, era só uma ficada sem pretensão maior de nada. Que um dia
podia simplesmente acabar, ou eu finalmente iria encontrara a guria que iria
tirar meu chão, fazer minha respiração parar, a famosa sensação de borboletas
no estomago sabe? E ela concordou! Pois bem, termos esclarecidos, iniciamos
nossa jornada pela diversão e apreciação da companhia um do outro.
Como eu estava enganado...
Com o passar do tempo, “B”
começou a demonstrar certa característica que chamo de “psicopatia
relacionamentária”, sabe, aquele comportamento em que a guria (ou o cara, vai
saber!) acha pelo em ovo, começa com cobranças absurdas, e você sente que essas
cobraças são um indicio de que a pessoa de certa forma ta querendo forçar um
pouco a barra pra relação caminhar pra um patamar diferente do que esta estacionada?
E que se você vai lá e conversa sobre o assunto, a resposta padrão é: “Você ta
noiando! Num é nada disso, to gostando de só ficar contigo, eu não quero nada
serio!” E a sua única reação é: “ta certo, ta dizendo!”, mas você sabe bem lá
no fundo, que a sementinha da psicopatia foi plantada, e ela é uma erva vil e
de crescimento rápido.
Nesse meio tempo, passei a
ver “A” com mais frequência, e tendo uma receptividade dela, e esse
comportamento paranoico de “B” comecei a ponderar seriamente ficar com “A”
Depois das primeiras
cobranças de “B”, a coisa foi perdendo a graça, e eu realmente estava
procurando a melhor maneira de dizer que tinha acabado. Não dava mais! Até a
vista, tchau, some daqui, desapareça!
Na ultima vez que saímos,
e que eu iria aproveitar pra terminar tudo com “B”, é o momento da fatídica
noite.
A essa altura, “B” já
conhecia “A”, e sabe-se lá as divindades como (mentira, eu sei sim!), ela
descobriu meu interesse pelo recém-desperto Cisne!
Saímos, eu, “B”, e um “Amigo”
nosso. De certa forma já fiquei desconfortável pela presença desse amigo, uma
vez que aproveitaria o momento para por um fim na relação, mas vá lá, nada
normalmente sai exatamente como planejamos... O que eu não esperava, era ver
“A” chegando ao barzinho em que estávamos a convite de “B”.
Iniciou-se nesse momento
aquela sensação de “Vai feder!”.
Transcorrendo a noite, até
aquele momento bem, tinha desistido de encerrar tudo naquele dia. Seria muita
sacanagem minha, terminar com a guria, e o motivo do termino, estar sentada a
minha frente, e o pior, não deixaria a oportunidade de ficar com “A” naquela
mesma noite, tentei ser consciente.
Cerveja vai; caipirinha
vem “A” e “B”, realizam o já conhecido, mas não compreendido, ritual de se
encaminharem ao banheiro em dupla; a demora comum começava a se estender de
mais, quando o “Amigo” resolveu que era hora de atender o chamado da natureza
também. De boa oras!
Ao que menos espero, “B”
volta à mesa, e nada de “A” e o “Amigo”...
Eles voltam à mesa, mas
sabe aquelas caras que simplesmente não da pra disfarçar? Cara de quem
aprontou, que gostou do que fez, mas ainda assim era uma trela? Então o que eu
a essa altura já esperava, mas não imaginava, “A” e o “Amigo” começam a se
beijar, ao som de um sussurro de “B” ao meu ouvido: ‘Fiz os dois ficarem!’
acompanhado do risinho cínico.
Internamente eu surtei,
por fora, permaneci impassível, ou ao menos achei que assim estava e me
esforcei pra acreditar nisso, assim como manter a postura.
A cena era clara, “A” e o
“Amigo” se pegando freneticamente a minha frente, e “B” com o cínico sorriso no
rosto que só é demonstrado na vitória. Era o que eu achava, o ponto alto do imbróglio,
ainda iria acontecer.
O bairro boêmio da minha
cidade possui varias praças e em seus arredores, vários bares, boates, casas de
show, enfim é um bom lugar para se divertir.
Pagamos a conta e saímos
para caminhar pelo bairro. “A”, um pouco mais solta pela bebida, e mesmo
ficando com o “Amigo” aparentemente, para desespero de “B” começa a dar brechas
e indícios que preferiria estar ficando comigo ao invés do pobre fura olha
involuntário, um abraço mais apertado em mim ali, um beijo muito próximo da
boca aqui; e “B” num ato que até hoje na sai da minha memória, agarra “A” pelo
braço, e quando comecei a pensar se apartaria a briga ou assistiria; afinal
entrar no meio de duas mulheres brigando é desenhar um alvo na própria testa,
eis que o “improvável” ocorre: “B” puxa “A” pra perto, e tasca-lhe um beijo na
boca que até hoje esta entre os mais doidos que já vi; ainda hoje não sei
explicar minha reação, eles dizem que foi descrença com um toque de “FILHA DA
P...”.
Apesar das caras de tacho minha
e do “Amigo” e de ficarmos babando, depois disso o clima pesou pra todo mundo.
Como todos moravam praticamente em pontos opostos da cidade, cada um deu seu
jeito de ir embora. Eu? Bom, eu como era o mais próximo de casa, resolvi voltar
caminhando... Primeiro pra não chegar em casa bêbado como um gambá velho, e
segundo pra colocar as ideias no lugar e digerir o que tinha acabado de
presenciar.
Naquela mesma semana
terminei tudo com “B”. Ela ainda passou um tempo com comportamento Stalker, mas
aos poucos cedeu. Ainda hoje, ela às vezes, tem uns surtos, mas nada que não
seja contornável.
Acabei, mais cedo ou mais
tarde, ficando com “A”; e devo admitir, foi muito bom, mas criei expectativas
de mais.
Hoje continuo solteiro,
aproveitando o percurso da coisa e curtindo a vida como dá!